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segunda-feira, março 03, 2014

A mim, dedico-me.


Estou exausto,
Cansado...
Estou morrendo aos poucos.
Estou revirando as noites.

Estou buscando em mim
Nada mais que eu.
Estou procurando palavras.
Estou procurando definições,

Que o tempo levou
Que a memoria deixou
Estou procurando o ser
Que antes definia o "eu".

Estou cansado, de não saber.
De não entender, quem ou que.
O porque de quê.
De tanta coisa.

Estou cansado, de definir.
De não saber falar.
De não interagir.
De não me entender.

De não buscar em mim,
O que eu sempre fui.
De ter sido tão moldado
Sem ao menos perceber

Me esculpiram,
E quando dei por mim
Já não sabia quem ser,
Ou ao menos o que dizer.

Tenho vivido as sombras
Do que me fizeram acreditar que sou
E não o que realmente eu era.
Estou cansado.

Meu corpo pede arrego.
Minha mente pede descanso.
E ao descaso do meu pensamento.
Meu corpo e minha mente, estão fartos.

Revesti em mim o ódio.
A angustia... A tristeza.
A raiva, e a dor.
De não saber quem sou.

Quem era, nem de onde vim.
Por esquecer minhas raízes,
Meus gostos.
Esqueci de mim, por lembrar

Mais de alguém,
Esqueci por esquecer.
Pra lembrar de outro ser.
E agora, estou louco.

Me procurando, e a cada vez.
Me busco ainda mais,
Me perdendo por demais.
Me perco, talvez por não saber

Me encontrar muito bem.
Pois ainda falta muitos lugares
Muita estrada pra me encontrar.
Talvez eu não me encontre hoje,

Nem amanhã,
Ou talvez me perca para sempre.
Só, eu e eu.
Tentando achar, o outro eu.

Aquele que nasceu sem nada.
Me vestindo de outras partes.
Esquecendo do passado.
Colorindo o ódio, que a vida me passou.

Que meu ouvidos não escutem.
Que minha mente não pense.
Que meu passado ficou para trás.
A que penso. Quem sou?

Quem serei daqui por diante.
A sombra de quem um dia fui eu?
Somente a carcaça vazia.
Do que sobrou do molde?

Desespero me define por agora.

- Kleber Gomes

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