Pages

sábado, fevereiro 27, 2016

Saudades...

A saudade espanta as vezes.
Ás de saudades.
Lembranças, tormentos.
Lembrar-me nem sempre faz bem.

Me recordo de uma tarde,
Onde estávamos sentados
Em baixo de uma árvore
Sorrindo, trocando olhares!

Que época (in)feliz!
Como posso esquecer!
Abri meu canivete
E em baixo daquela árvore,

No tronco, cravei nossas iniciais!
Daquele belo romance!
Que ali se iniciara!
Uma época boa...

Lembrada, com memorias borradas,
O vinho estragou algumas!
Mas confesso, até que meio abestalhado!
Quando me apaixonei pela segunda vez!

Já estava apaixonado por outra mulher!
Talvez eu devesse esquecer,
Que eu traia a mim mesmo...
Ali eu vivia dividido! Entre duas almas.

Uma firmei contrato!
Que se venceu meses depois!
Com a outra poucos anos durava!
Agora venho a me perguntar...

- Será que fui tolo a amar? Por que acabar?

E aqui não tenho respostas!
Talvez fui tolo em deixar meu coração seguir!
Sem saber se decidir!
Dedicar-me a dois romances!

Que mágico eu era!
Iludir duas almas, e por terceiro a minha!
Que bela tolice eu fiz!
Agora, nem sei ao certo!

Se nossas iniciais ainda estão lá,
O tempo apaga tudo, só não apaga a memória.
Não tenho sossego em minha mente!
Não sei por que deixei acabar!

Se era tão bom!
Se era tão feliz!
Era um romance vivido por nós três;
Desde que só eu sabia amar,
Dei-me o prazer da paixão dividida!

E de tanto dividi-la, por outros alguém.
Esqueci me de doar-me uma parte!
Para que eu pudesse ser feliz sozinho!

Hoje vivo isolado em meu recanto.
Possuído por estas paredes!
Sem cor, sem amor!
Essa barreira impenetrável.

Onde só tem brecha pra saudade,
Que minha mente não tolera,
Que me tormenta.

E quem em fogo arde,
Meu coração, ao lembrar,
Do calor que tem a paixão!
Não sei explicar ao certo...

Mas de algo eu sei!
Isolar entre paredes,
É pra se livrar de muitos males,
Mas de nada lhe servirá,
Contra a saudade...

E a tortura de minhas memórias.

- Kleber de Almeida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário